quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Ah, sim, o recap de 2009!

Eu disse que tb tinham os vale-a-pena-ver-de-novo de 2009 do New World Notes (e também do Massively, pela adorável Tateru Nino, uma bad girl que não sabe que é bad girl) e aqui está o resumo da ópera do que foi comentado pela bandas de lá.

JANEIRO:
  • As métricas que eram normalmente mostradas publicamente no site (número total de residentes, economia e etc.) "sumiram" e a explicação para este sumiço foi que "deu bug" no site. E nunca mais se tocou no assunto. E ninguém mais soube de verdade o que estava acontecendo no Reino Virtual da Dinamarca.
  • Coisas anunciadas para janeiro, super especuladas e que NÃO rolaram: a implementação de um sistema de inventário mais confiável e estável; a união do TeenGrid e do AdultGrid. O sistema de renderização Webkit, mais moderno e que deveria substituir o Gecko, tb nunca foi implementado.
  • No meio de uma coletiva com a imprensa, no anúncio da aquisição do OnRez e do XStreetSL, Katt Linden, Gerente de Comunicações da LL, some sem mais aquela e mais tarde é comunicado que ela não mais trabalha para a empresa. Nesse mesmo mês, o OnRez, o mais atrativo dos dois mercados, é "morto a pauladas" pela Linden para que o XStreet fique sendo o único mercado oficial do metaverso.
  • O assunto "taxação sobre bens virtuais" termina no Congresso americano, pois prova-se que tais bens já eram taxados indiretamente.

FEVEREIRO:
  • Robin Harper, a número 2 na hierarquia original da LL e última executiva co-fundadora que restara, sai da LL supostamente em virtude da reestruturação de pessoal.
  • A LL abandona o novo modelo de blog e retorna ao antigo.
  • LL deleta sumariamente 800 mil contas criadas e nunca utilizadas.

MARÇO:
  • Linden Lab anuncia que vai segregar o conteúdo adulto do resto do SL e que os residentes que quiserem freqüentar o local deverão se submeter ao Age Verification. Os criadores de conteúdo adulto deverão se cadastrar para migrar para o novo continente.
  • O novo viewer do SL "esconde" o conteúdo adulto dos Residentes. Para que seja acessado, os residentes devem se cadastrar no Age Verification.
  • CFO John Zdanowski tb sai da LL para no final do ano ir para a Avatar Inc., desenvolvedora do metaverso Blue Mars, tb como CFO. Ele era respeitado e conhecido por lidar com a fúria dos Residentes no período da Crise das OpenSpaces com honestidade, paciência e humor.

ABRIL:
  • A empresa Taser International Inc. processa a Linden Lab (e não o residente responsável) por permitir que uma de suas armas seja vendida replicada dentro do SL -- violação de propriedade intelectual. Após alguns meses, o processo é encerrado, com a retirada da queixa da Taser.
  • O crescimento de avatares realmente ativos do SL chega ao topo de 750K e estaciona.
  • O advogado da família de Frank Herbert, autor da série de livros "Duna", mira nos usuários do SL que são fãs da saga e nomeiam locais do SL com nomes da obra, sem autorização. Os mesmos são obrigados a rebatizar os locais, sob ameaça de processo RL.
  • Phillip Linden concede uma entrevista para o site Massively, mas já há sinais deque há um afastamento do Fundador em relação à atual gerência da LL.
  • O Daily Mail noticia o envolvimento do SL em um trágico caso de assassinato na Itália. Ao verificar que o SL não tinha nada a ver com o caso, nenhum pedido de desculpas foi feito pelo jornal e o número de novos residentes cai por um breve período.
  • O LL anuncia o que mais tarde será o Second Life Enterprise, um viewer apenas para realização de negócios no metaverso.
  • Começa a nova política de banimento dos traffic bots e das áreas de camping do SL.
MAIO:
  • Second Life se coloca como "concorrente" do Counter Strike em número de players logados simultaneamente (quase 90 mil).
  • Começa a implementação do continente de Zindra definitivamente. O nome é uma diferenciação de Indra, o nome do metaverso "normal" em que todos circulam.
  • A LL abre um data center em Washington DC.
  • Phillip Rosedale comunica que estará mais afastado das decisões da LL, mesmo mantendo o cargo de chairman da companhia, para se dedicar a novos projetos e empreendimentos.
  • Linden Lab anuncia mudanças drásticas no viewer do SL, com possibilidade de interatividade com programação Flash DENTRO do metaverso (mostrado com euforia no SLCC 2009, mas nunca implementado).

JUNHO:
  • LL consegue um novo investidor -- Stratim Capital compra ações da LL.
  • É comemorado o 6º aniversário do metaverso, sem a censura a crianças e avatares "diferentes", mas com as dificuldades técnicas de sempre.
  • Phillip Rosedale lança seu projeto Open Source, o novo viewer Snowglobe.
  • A LL lança o último viewer da série 1.x - o 1.23.
  • O governo australiano anuncia que pode estender sua classificação de games online não permitidos no país para o Second Life.

JULHO:
  • LL é considerada pela NeXtUp Research, uma empresa de avaliação de capital, como valendo em torno de 658-700 milhões de dólares.
  • Apenas 465 mil residentes gastam dinheiro real no SL e, desses, somente 200 mil gastam mais de 10 dólares.
  • A LL pede aos Residentes que evitem usar um de seus novos releases dentro do novo viewer do SL, o Bulk Permissions, que supostamente faria qualquer objeto qualquer tornar-se full perms. Ainda não foi considerado seguro, mesmo com o teste de conserto do bulk permissions instalado no SnowGlobe, para verificação da equipe da LL.
  • Verificam-se problemas com o os chats de grupo no novo viewer, não solucionados até hoje.
  • O Relay for Life lança sua campanha anual de doações e bate recorde de arrecadação (US$ 270.388).
  • Rezzable, a maior e melhor geradora de conteúdo do SL, sai do Second Life e migra para o OpenSim.

AGOSTO:
  • LL lança o novo site do Second Life, com uma nova organização e o uso do Dashboard.
  • LL anuncia o "Content Seller Program", um "caminho das pedras" a ser desenvolvido pela LL para assegurar direitos de criação de conteúdo aos criadores do SL, através de registro de dados reais dos Residentes, dentre outras coisas. Ainda está em discussão para ser implementado.
  • LL anuncia o banimento de réplicas de produtos de marcas RL vendidas dentro do SL sem autorização das empresas reais.
  • LL muda o modo como o tráfego é calculado.
  • O então "novo" sobrenome Rockspider faz a Linden pagar um mico monumental, pois na língua inglesa (mais especificamente, na Austrália), é um nome dado a molestadores sexuais de crianças. Após reclamações, é retirado.

SETEMBRO:
  • A média de residentes logados ao mesmo tempo diminui -- possível indicação do êxito do banimento dos traffic bots do SL, ainda em andamento.
  • A OTAN procura builders de alta qualidade para construir sua ilha "em um ambiente virtual", não necessariamente o Second Life.
  • A empresa Eros LCC (de Stroker Serpentine) e o designer gráfico Shannon Grei (Munchflower Zaius) processam a LL numa "class-action" por não garantir segurança para suas criações e por supostos prejuízos comerciais. A classe que alegam representar é a dos criadores do SL. O processo continua em andamento.
    Pouco tempo depois o caso do avatar RobbyRacoon Olmstead é usado como munição pela acusação no caso. Robin coletou provas de que um produto seu tinha sido pirateado e reportou o caso à LL.
    Teve a desagradável surpresa de ter sua conta suspensa, seus dados reais sendo verificados e, ao retomar a conta, viu que seus lindens foram confiscados, não tinha mais a permissão de comprar, vender e trocar lindens. Ou seja, não tinha mais permissão para ser um criador e empresário no SL. Em relação à cópia, nada foi feito por parte da Linden Lab.
    Isso foi uma argumentação a mais para os advogados de Serpentine/Zaius de que a LL demonstra ignorar seus residentes e a tomar decisões descabidas que não respeitam as normas do DMCA, que zelam pela proteção da propriedade intelectual.
  • Termina o projeto experimental da empresa de telecomunicação Orange e sua ilha (Orange, é claro) é fechada. Um sucesso, com trocas importantes entre a empresa e a comunidade de criadores e artistas virtuais, e a prova de que uma empresa pode ser bem sucedida em um projeto de criação de conteúdo em metaversos.
  • A LL abre um escritório de marketing em Amsterdam.

OUTUBRO:
  • O Times faz uma reportagem em que menciona o CEO da LL, M Linden, que atesta: "moda e acessórios respondem por 40% do mercado, mas representam apenas 20% da economia como um todo". Após 1 ano da Crise das OpenSpaces e mais do que nunca, terras continuam a ser o filé mignon dos ricos do SL.
  • LL adverte os SLEducators sobre infração na política de marca da LL/SL 18 meses DEPOIS da política estar em vigor. Por conta disso, o domínio sleducation.wikispaces.com foi desativado e migrou para o endereço http://wiki.jokaydia.com, com um acervo educacional que inclui mais de 100 casos documentados de projetos educacionais no SL.
    Questionada pelos educadores, a LL respondeu evasivamente, inclusive mencionando que a classe educacional não deveria se sentir "atada a uma plataforma virtual única". Muitos educadores consideraram esta resposta um "tapa na cara" da Educação à Distância e migraram, com suas instituições (muitas delas Universidades de alto gabarito) para metaversos como o OpenSim e Blue Mars.
  • Yoko Ono inaugura a Imagine Peace Tower no SL.
  • LL implementa uma facility que sinaliza scripted agents (ou simplesmente bots) a fim de que bots de pesquisa, entretenimento ou educacionais não sejam confundidos com traffic bots.
  • O Burning Life, além dos habituais problemas técnicos e do oba-oba exagerado em torno, é usado para distribuição de conteúdo clonado de vários criadores, dispostos como freebies para qualquer residente pegar. Nenhum deles foi detectado pelo sistema, pois eram clones, ou seja, cópias freebie full perms perfeitas, no nome dos criadores reais.
    Após este fato constrangedor, corre um comentário de que a Era Burning Life do metaverso terminou. Uma nova era se aproxima -- mas ninguém sabe ao certo que era é essa.

NOVEMBRO:
  • O Second Life Enterprise, cuja pedra foi cantada em abril, é lançado em versão Beta.
  • Telstra, uma empresa de conexão de Internet australiana, fecha seu experimento de atendimento a clientes no Second Life.
  • Apenas 6% das lands no SL são catalogadas como conteúdo adulto pornográfico.
  • O grupo de Mentores do SL é desfeito pela Linden Lab, sob a alegação de que não atendia satisfatoriamente ao número de residentes novos. Vários grupos e residentes se reorganizaram, mantendo sua network e orientando novos residentes por conta própria. O trabalho de tradução da Wiki do SL continua para várias línguas, incluindo o português.
  • O XStreet passa a cobrar pela colocação de freebies (99L por freebie) e aumenta a porcentagem de comissão sobre vendas (de 5% para 7,5%), além de taxar em 10L/mês cada produto disponibilizado, vendendo ou não.
    Estas mudanças foram supostamente discutidas nas Office Hours, mas pelos registros dessas reuniões, muitos pequenos criadores acusam a Linden de favorecimento de "amigos" (concierge level residents e land barons), além de má fé, pois essas reuniões não constam dos horários de agenda pública, ou seja, não estavam disponíveis para todos os interessados, mas somente para os que sabiam da reunião.
    Com isso, milhares de produtos foram removidos em questão de horas e o movimento de comércio no Second Life está retornando lentamente ao metaverso propriamente dito. Produtos que continuam freebie ficam fora do search do XStreet e sobretaxados, outros passaram a custar 4 lindens (requisito mínimo de preço) e alguns produtos tiveram a taxa repassada nos preços ao consumidor. Sites como o Slapt estão sendo a alternativa para vários criadores.
  • Phillip Rosedale anuncia sua nova companhia, a LoveMachine, Inc., propondo a busca pela felicidade, a destruição do ego e fazer montanhas de dinheiro (budismo capitalista? esse cara é bom!)

DEZEMBRO:
  • O trabalho com a limitação de scripts ganha uma melhora significativa.
  • Subitamente mensagens de MI não entregues durante todo o ano de 2009 começam a surgir nos MIs de vários residentes, nem sempre para os destinatários certos.
  • Blue Mars, o concorrente mais semelhante ao SL, anuncia o acesso para open beta e anuncia seus preços para terrenos tendo em vista tipos de uso e quantidade de users -- sendo bem recebido pela comunidade do SL como sendo atraente e competitivo, comparado ao SL. A comunidade SL de Caledon abre uma cidade-colônia nesse metaverso, Caledonia.
  • LL abre o novo continente Nascera, com sua política de incentivo a moradias e terrenos para contas premium em fase beta. Uma série de terrenos 512 sqm, com uma casa a ser mobiliada serão oferecidos como benefícios. Os terrenos não podem ser terraformados, nem divididos, nem juntados. Não podem ser ligados a anúncios no search e tb não podem ser palco de eventos. Cada residente terá direito a apenas um terreno.
    É um projeto que vai avaliar se com esses incentivos, o número de contas premium voltam a crescer, já que a nova economia evoluiu ao ponto de não ser necessário ser premium para ter um terreno ou abrir um negócio.
Se eu esqueci de alguma notícia, please, me digam. De uma forma geral, achei o ano "quieto" (em comparação à revolução inflamada que foi 2008 na Crise das Opens) e as coisas ficaram do jeito que estavam, paradinhas no mesmo lugar.

Que venga 2010!

Esta-titicas

Sou leitora assídua do blog New World Notes, do ex-Linden e jornalista Wagner James Au (Hamlet Au no SL) e, como todo fim/início de ano, temos as recaps das notícias do ano de 2009 e o anúncio de que saíram as estatísticas da Linden relativas ao metaverso, no período Q3 (3º trimestre de 2009). A taxa de conversão de Linden dollars para dólares foi a média de 266,71.

Algumas dessas estatísticas são curiosas e gostaria de deixar um resumo delas para vocês como aperitivo -- é bom ler o conteúdo total no Blog Oficial do Second Life para mais detalhes desses dados. Não vou aqui (ainda) dar meu pitaco, porque ainda estou digerindo esses dados e, francamente, olhar gráfico é uma chatice, mesmo pra quem está habituado a eles. 

Os dados abaixo foram expressados como "sólidos e encorajadores", anunciando uma "economia forte e em crescimento". Mas um adendo importantérrimo: NÃO SÃO OS DADOS TOTAIS DE 2009, pois o período Q4 ainda não foi divulgado e essas impressões podem mudar totalmente. 

Não foram levadas em consideração aqui as novas políticas de taxação do XStreet e do banimento de marcas RL replicadas sem autorização dentro do SL -- quem gosta de tênis Converse, por exemplo, que corra, os dias estão contadinhos.... Ou então, se contente com o genérico com etiqueta de camelô, e chinês ainda por cima!  X-D

1) $ 150M de dólares de movimentação total user-to-user (54% a mais do que o mesmo período de 2008, mas 4% em relação a Q2 2009)

2) Atividade do LindenX (compra e venda de Linden dollars) em 29M de dólares.

3) O valor total de vendas no XStreet foi a 420M de Linden dollars (1,6M de dólares aprox.)

4) Horas de uso: ficaram em 118 milhões horas/usuário -- um declínio em relação ao 2º trimestre (126 milhões de horas), por conta das novas políticas para bots da LL.

5) Uso do voice (VoIP) pelos Residentes chegou a 3,1 bilhões de minutos.

6) O número de logins repetidos por unique user ficou na casa dos 750k (ou, pouquinho mais de 750 mil Residentes que logam repetidamente e que estão efetivamente ativos no metaverso).

7) O pico de usuários logados ao mesmo tempo foi de 77.367, contra 88 mil em Q1 e Q2 -- atestando mais uma vez as novas políticas sobre bots no SL. A média de residentes logados ao mesmo tempo ficou em 54K.

8) SPOTLIGHT: o número de usuários internacionais (leia-se: não-americanos) indica a natureza global do Second Life.

  • Os americanos respondem pela maior fatia de transações user-to-user (37%) seguidos  por Itália (8%), Alemanha (8%), França (7%), Grã-Bretanha (4%) e Japão (4%). O Brasil fica em 10º lugar (2%). Mas isso significa que a maioria dos usuários investidores são não-americanos e representam 63% do total.
  •  O número de horas dispendidas no SL tb é maior nos EUA (41%), seguidos de Alemanha (9%), Grã-Bretanha (7%), França (5%) e Brasil (4%). Isso tb significa que os não-americanos formam 59% da massa dos "socializadores".

9) Estabilidade contínua: em relação a períodos anteriores, o downtime até Q3 de 2009 é de 0,15% do tempo total. Downtime refere-se ao tempo perdido em rolling restarts, shutdowns de emergência  e manutenções.

10) A extensão de terras virtuais ocupadas (aluguel/compra de regiões) chegaram a 1,8B de m². Em relação a outubro de 2007, pré-Crise das OpenSpaces, a queda é de 6%.

  • O total de Private Regions é sinalizado em 23.566 ilhas, mas o gráfico tb mostra a discrepância do número de OpenSpaces/Homesteads em relação a outubro de 2008 (Crise das OpenSpaces).
Por enquanto é só, pessoal. Daqui a pouco vamos tentar entender o que essa maçaroca realmente significa.