quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Dos direitos de 2011


Cliquem na imagem pra ver grande, oras.


terça-feira, 11 de maio de 2010

A lição Retrology - como fundar, administrar e fechar um Sim

Tanto tempo fora do Second Life me fez perder a despedida de um dos mais criativos e bem sucedidos sims surgidos no SL: Retrology fechou as portas em abril, depois de dois anos e oito meses de sucesso no grid. Sucesso do começo ao fim, porque a ilha não acabou por causa de dificuldades financeiras (como 90% das ilhas que fecham) ou baixa de tráfego, mas por problemas de saúde da sua principal administradora e idealizadora: Jhunzen Ketsugo, a magnífica DJ Ket-su, Ketsy para os amigos, que eu considero uma amiga e adoro como se a conhecesse na RL.
Eu conheci o Sim em setembro de 2007, quando encantei-me pelas construções e pelo conceito do SIM, que lembrava a cidade de Hill Valley dos anos 50 no filme "De volta para o futuro". Além de ser um lugar graciosíssimo para se estar e fotografar, o Retrology tinha unidade, graças à visão criativa da construtora principal, Anessa Stine, irmã gêmea de Ketsy. A aquisição e manutenção da ilha foi um empreendimento de sucesso graças aos esforços de Anessa, Ketsy e seu então marido Draco Tatsu. Na BG 4 entrevistei todo staff do sim e achei encantador a forma "família" com que eles cuidavam não só de Retrology como do Pin Ups Night Club, uma das principais atrações do SIM e que tinha festas diárias de sucesso, graças à dedicação total de Ketsy.
Para ela, o SL era uma terapia dos problemas de saúde que tinha na RL (e raramente comentava). Ela e Draco eram um casal que havia transcendido o SL e transmitiam um amor real. No fim de 2009 o relacionamento acabou mas eles continuaram mantendo o SIM quase da mesma forma, com algumas diferenças: o Pin Ups deixou de ter eventos diários e sentia-se no ar que algo havia mudado.
Financeiramente, o SIM se manteve até o fim, com pouquíssimos espaços vazios e lojas como a Ivalde, a Artillery e a Pin up dolls que estiveram lá por toda história de sucesso da ilha. No fim, Ketsy postou um longo e doloroso post no blog retrology explicando que PRECISAVA dar atenção às questões de sua saúde na RL e que o fim do SIM foi pensado e repensado. Dando uma lição em qualquer pessoa que pretende ter uma ilha no SL, ela não usou aquela política ridícula de "no refunds" e devolveu todos os aluguéis adiantados dos lojistas e residentes. No fim, Retrology teve uma grande festa de despedida, que eu infelizmente perdi, no Pin Ups. Um fim digno e apoteotico para um dos melhores e mais criativos sims do grid.
Estou triste de ver que mais um dos meus lugares favoritos no SL se foi. Como disse Lucrecia, enquanto crescem no SL os modernosos do mal, aqueles que vivem dizendo que estão mudando tudo no SL mas fazem tudo igual, os bons, os criativos, os realmente bem sacados estão cansando. É mais uma trombeta do apocalipse que toca no mundo linden. Esperemos que role uma mudança para melhor, ou em pouco tempo não teremos mais SL. Pelo menos não o SL pelo qual um dia nos apaixonamos.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Confesso que cansei.

Eu estou para escrever este post há mais um menos um mês, mas venho protelando por conta de assuntos mais importantes na RL, mas como tive uma pausa no meu turbilhão decidi postar logo agora, ou não postarei nunca.
Finalmente percebi porque não consigo mais ter muita vontade de conectar no SL, e porque conectada não passo mais do que 1 hora onlone, quando tanto. O fato é que cansei.
Em outubro do ano passado, quando me preparava para casar, já estava meio cansada. Por mais que eu estivesse me divertindo fazendo a revista, concluir o último número publicado da BG Magazine foi um parto, tanto para mim quanto para Lucrecia. Temos ambas maquinas boas, pois somos profissionais de design, porém, o lag andava tão irritante que determinados lugares eram um suplício só de estar.
Não foi à toa que o último Burning Life, que estava rolando nessa época, foi um fracasso, pois, tanto em termos de Lag quanto de conteúdo, foi o pior de todos os tempos. Desastre anunciado, diga-se de passagem, quando se via os papos no grupo do evento ainda nos preparativos: muita gente mandando, um excesso de coordenadores, construtores... enfim, muita gente querendo ser importante, muito cacique para pouco índio. O resultado foi aquele desfile de mau gosto pontuado por poucas boas idéias e que ainda teve como cereja do bolo o uso livre de copybots nas áreas supostamente seguras do evento.
Além do lag, eu comecei a perceber que nada do que era ruim no SL melhorou, tirando a aparência dos avatares. A política escrota da Linden replicada por muita gente que pratica relações comrciais no SL não mudou nada, pelo contrário, só tem piorado. Muita gente entra no SL para ganhar grana, mas a maioria deixa rios de dinheiro lá, seja montando avatar ou alugando espaço, que cedo ou tarde vão parar nos confres da linden com zero de investimento em quem realmente faz o SL: as pessoas por trás dos avatares. Essa coisa de nunca conseguir reclamar e ser atendida cansa. Ser atendida por gente que te trata como idiota, ficar seguindo tickets de reclamação em seu interminável trâmite... a linden quer mais usuários premium, mas trata esses mesmos usuários como se fizesse um favor a eles ao simplesmente existir. Depois que amigos meus foram injustamente bloqueados, sem chance de defesa, meus olhos se abriram quanto a isso.
Sinceramente, minha paciência com o assunto "copybot" também se esgotou. E aí cabem várias considerações: cansei de ouvir as pessoas vilanizarem quem usa copybot sem o mínimo senso crítico e sem questionar o que leva a isso. Muitas das pessoas que criam no SL usam software pirata, lesando as empresas de software, outras, pegam foto da angelina jolie e com o mesmo photoshop pirata fazem skin com a cara de alguém que nem sabe que tem sua imagem usada dessa forma. Todo mundo se preocupa em dar inspect em Deus e o mundo procurando item copiado para dar report, mas não se pergunta porque a Linden, em quase sete anos de atividades, não foi capaz de criar um sistema que proteja os itens criados por usuários. Finalmente, a mesma ausência de senso crítico faz com que gente de má intenção espalhe que fulano ou sicrano é copiador arrebanhando dezenas de OTÁRIOS para reportar e prejudicar eventuais desafetos na base da delação mentirosa. Aconteceu com um amigo meu, eu relatei aqui. o cretino mau intencionado que o reportou o fez provavelmente por causa de uma rixa pessoal (envolvendo uma menina, aliás) e se deu muito mal comigo, que percebi as contradições na sua fala e não reportei ninguém, porque não tenho titica de galinha na cabeça e nem sou maria vai com as outras.
Outra coisa que me irrita, é essa coisa de odiar copybot mas achar normal copiar itens da RL no SL, e até mesmo marcas. Fiquei um dia vendo uma que copiava descaradamente a Dona Karam e a Calvin Klein e que recebia palminhas de toda lindenteligentsia como se fosse uma grande estilista de sucesso. Copiar idéias e conceitos alheios é tão escroto e vergonhoso quanto usar copybot. Se você olhar as principais revistas do SL verá que nenhuma delas tem nada de novo, todas tem projetos editoriais copiadíssimos de revistas da RL, sendo que algumas são um pouco mais caras-de-pau e copiam até mesmo outras revistas do SL. Nossa brincadeira com cartazes de cinema foi descaradamente copiada numa revista de moda no mês seguinte e meu artigo "Eu, avatar" foi plagiado recentemente, fora outras pequenas e grandes chupadas que eu presenciei por aí. Tem muita gente muito vaidosa no SL, mas poucas realmente podem se orgulhar de criar alguma coisa.
E vaidade toca em outro ponto: quanto desfile de ego supernutrido de gente que tem RL frustrada eu testemunhei no SL! É tanta gente que acorda dizendo "ai, que saco, que merda de vida eu tenho" e no SL investe entre 50 e 100 reais por mês para se sentir milionário e humilhar os outros! Quanta gente metida a intelectual que odeia pessoas que demonstram de fato ter cérebro, quanto designer de mala direta se achando diretor de arte porque tem meio projetinho de sucesso no SL. Essas pessoas de fato me cansaram, posso até dizer: no sl vocês me venceram, gente. Desfrutem do prêmio de continuar sendo grande coisa no SL e merda nenhuma na RL porque é exatamente o que vocês merecem!
Some-se a isso tudo um sumiço generalizado de pessoas que eu realmente gostava no SL, sobrando muito poucos amigos de fato conectando sempre. O SL é um lugar para se viver socialmente. Acho que a maioria dos que eu sinto falta foi vítima dessa mesma síndrome de cansaço que me acometeu. Alguns eu ainda converso pelo msn e com os poucos que ficaram no SL eu falo entrando de vez em quando para matar a saudade. Só continuo fugindo das drama queens.
Como disse Lucrecia a mim um dia: dez dias sem entrar no SL são dez dias sem ser incomodado pelos dramas alheios! Não que eu esteja dizendo que tomei nojo do SL e nunca mais vou entrar. Só que me desintoxiquei do SL enquanto ´vício, e não porque estou com uma "maravilhosa RL". Meus problemas ainda estão aqui do lado de fora como sempre estiveram! Eu passei para um excelente concurso público e vou ter que provar na justiça que mereço a vaga por conta de um entrave burocrático idiota que detalharei em um futuro post, estou grávida de quase cinco meses e tenho que administrar trabalho, pré-natal, vida doméstica... tudo com um plano de saúde empresarial muito do mais ou menos e uma renda familiar que está longe de ser faraônica. Tenho enfrentado tudo com o mesmo bom humor que enfrentava quando estava no SL, sem acordar jamais dizendo "RL sucks!". Tenho vivido a minha primeira vida com o mesmo gosto e garra com que vivi a segunda vida... com a diferença que agora não tem esse negócio de bancar o avestruz e enfiar a cabeça no SL para fugir de alguma coisa.

domingo, 28 de março de 2010

És responsável por aquilo que cativas

Michel Lent é um dos mais badalados techno gurus brasileiros (embora essa "especialização" não me convença de todo): é diretor da antiga 10'minutos (hoje OgilvyInteractive), escreve o blog Viu Isso? e é um cara que é uma tremenda fonte de referências. Do Twitter de hoje, pincei uma informação que é muito interessante:

@lent farmville, 82 milhões de usuários ativos por mês.

E eu com a análise anual de 2009 do Second Life na minha cabeça: residentes ativos -- 750.000+ por mês. Um game simplérrimo, de site, dá banho no Second Life. Ok, ele está ligado ao Facebook, o maior portal de rede social do planeta atualmente. O mesmo lugar onde, há um tempinho atrás, avatares de metaversos foram banidos (e depois aceitos), pois lá se aceitariam somente "pessoas reais".

Não adianta o espernear dos fãs, caros leitores, isso é fato: a complexidade do Second Life é a maior barreira para um usuário permanecer no metaverso. Se não fosse isso, a LL não estaria investindo pesado numa campanha (depois de SEIS ANOS) para angariar novas contas de usuários -- de preferência premium (leia-se, pagantes). Vários motivos dessa impermanência existem desde 2007 (ano em que entrei no metaverso):

Baixa qualidade gráfica -- So sorry, photoshopadores de plantão, se a plataforma fosse graficamente decente, vocês não seriam o que são: photoshopadores. Qualquer moleque de 12 anos baixa games, em sua máquina caseira, nada bombada de bites e pentiums e memórias RAM, com qualidade gráfica superior. Eu mesma tenho alguns deles instalados no meu computador e não preciso ser uma geek tarada que precisa da ultimate machine em casa.

(Mas e o Windlight? Ele é lindo! E tem sombras! E tem vários tipos de iluminação! -- É, mas é um 'opcional de fábrica'. Se sua máquina não aguenta o tranco, você vai ficar sem ver. E mesmo com tudo isso, você ainda usa o diabo do Photoshop. Por sinal, vamos fazer uma campanha Dove Real Beleza pros viciados em Photoshop do SL se desintoxicarem dessa neura da perfeição da imagem.)

Baixa qualidade técnica -- Na última semana, a quantidade de vezes que os sites do SL se mantiveram 'unavailable' foi notável. Só quem é muito deslumbrado (ou não se interessa por isso), não viu. Se fosse uma vez aqui, outra ali, seria uma curiosidade. O processo vem desde o nascimento do metaverso. Em SEIS ANOS não conseguiram ainda estabilizar nada????

Complexidade do browser -- a LL pode maquiar o que for, que continua complexo. Muitos dos menus, a maioria dos usuários não faz IDÉIA do que se trata. Muito burro velho só aprendeu o que era rebake depois de mais de ano no SL. E com o advento do novo browser, em fase beta, mesmo os funcionários da LL reclamaram, pois custaram a se adaptar aos novos parâmetros. Se eles que estão imersos não conseguiram, o usuário comum vai se sentir à vontade? Acompanhemos os próximos capítulos dessa novela.

Complexidade da interatividade -- Quando você "nasceu" no SL, você 'intuitivamente' sacou como se mover, como se relacionar, como se comportar? Você entendeu de cara como funciona o inventário? Ou que você tem de desenvolver um talento e trabalhar para ter seu dinheiro virtual? Sem guia (humano, diga-se) ainda não é possível. Palmas para nossos bravos amigos da Tropa dos Lanternas Verdes, em especial, nosso amigo Roth Grut, orientando sempre com elegância e firmeza.

Hoje em dia, o foco da crítica nos blogs especializados é da falta de respeito/coerência/informação por parte da Linden Lab em relação aos Residentes. Tirando o New World Notes, muito bom em informações, mas rasteiro em análises críticas relevantes (até por ser o blog principal para o qual a LL presta depoimentos com mais frequencia), a maioria expõe com clareza as inconsistências, incoerências, fatos relevantes de economia e política in-world, além de comparações com os outros metaversos (o mais próximo deles é o Blue Mars).

(aqui um parêntesis)

Isso sem falar na discussão de "propriedade intelectual" que vários criadores mantém e que, pra nós do BG4E! é um poço de TOTAL incoerência. Achamos DIFÍCIL que uma pessoa comum gaste 900 dólares para comprar um Photoshop (pacote simples) para fazer suas criações no SL e depois cobre um preço de venda sobre esses itens em linden dollars -- sabendo que nos Torrents da vida você baixa o crack e a versão pirata do programa com relativa facilidade. Pagar caro pra não ter lucro, ainda mais num mundo real ainda em crise econômica mundial? Isso vai contra a acepção normal das palavras "prioridade" e "lucro".

(Não estamos aqui falando das criações em que a satisfação pessoal é o lucro. Existem criadores BRILHANTES no SL, mas esses em geral não colocam seus produtos à venda, visando unicamente o lucro. Visam algo bem maior.)

A maioria dos usuários de Photoshop são consumidores de pirataria -- fato. E vêm reclamar que estão sendo copiados? Como levar a sério uma criadora de uma skin que tem o nome ANGELINA, fiel à aparência de uma famosa atriz de cinema americana de mesmo nome? Essa atriz cedeu direitos de uso sobre a imagem dela para fabricação de um item que, por mais que seja virtual, está gerando dinheiro REAL para seu criador? Please, senhores, não me façam gargalhar.

No caso da modelagem de sculpties, a coisa é mais suave, pois o Blender, excelente programa de modelagem 3D, é freeware. Mas a textura de acabamento é feita no onipresente Photoshop. E voltamos à estaca zero sobre coerência de reclamação sobre pirataria X uso de software pirata/cópia do mundo real.

(fecha parentêsis. pronto. falei)

Uma opinião que me chamou a atenção é a de Tateru Nino, do Massively, site especializado em comentar vários jogos online e metaversos. A LL, segundo ela, está "encurralada" pela própria falta de firmeza e direcionamento em suas metas a médio e longo prazo. E que, quem não tem uma meta definida, acaba sendo dirigido por outros -- no caso, os residentes do SL.

As novas políticas para novas contas (premium especialmente), além da campanha em que mostra uma pessoa real e seu avatar muito semelhante, são formas de retomar o foco após anos de direcionamento disperso, desrespeitoso, ou até mesmo indiferente por parte da LL. Não precisamos nos estender muito no tempo -- quem passou pela Crise das OpenSpaces e pelo subsequente encolhimento do grid, sabe do que estamos falando.

Ano passado, várias instituições educacionais migraram para outros metaversos após a interferência da LL no principal site de informação sobre projetos educacionais no metaverso e na declaração da empresa de que "existem outros metaversos para que as comunidades educacionais possam se estabelecer livremente, além do SL". Pra bom entendedor, meia palavra basta -- Blue Mars foi o principal beneficiado com essa atitude, recebendo várias Universidades e entidades educativas.

Fica uma impressão ruim no ar -- a LL tardiamente resolve se colocar em foco, com os próprios funcionários não muito felizes com isso (pq eles vão ter de trabalhar agora XD) e com os Residentes se sentindo os "empatas" nesse processo. Por anos (SEIS ANOS) a empresa deixou o barco correr solto e agora parece querer se livrar do seu maior problema -- os Residentes antigos. Esperamos que seja apenas uma impressão e que o metaverso realmente volte aos trilhos.

Mas francamente, sem respeito e sem coerência, não acredito muito nisso.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Falta do que fazer, oficina do Inferno

Pesquisando a Wikipédia sobre cidades e estados brasucas, eis que me deparo com a informação: Cuiabá possui mais de 780 mil habitantes.

Peraí, isso que dizer que o Second Life é praticamente a capital de Mato Grosso???????

O.O